4.11.09

O que o asfalto tem de lar?




Inocência Vendida



Vendi minha alma por uns trocados
Tinha fome, sede e frio.
As ruas eram desertas e inamigas

As luzes iluminavam os caminhos,
mas qual direção devo seguir,
quando não existe lugar para se chegar?

Me encosto numa marquise ainda não ocupada
e deslizo até o chão
Nada mais tenho além do meu corpo,
Essa casca vazia,
Outrora cheia de esperanças e vontades

Eu observo as luzes da cidade
E espero a noite passar,
deito num papelão e meus olhos
quase fechados miram
Os carros, os bêbados sem freios,
sob a música de um sabado a noite

Eu pensei que existisse um limite para a dor
Mas tenho descoberto cores desbotadas
A cada noite que não passa

Reflexos do que sou e não.
Uma piedade que não conheci
Um grito que foi silenciado
Mas que uma hora, ecoará.

E quantos de mim cá estão?
Esperando viver, sobrevivendo...
A esses dias e noites sem finais felizes.
Prometidos dia-a-dia, ano-a-ano...

Enquanto nós nos levantamos contra todos.
Sem nada a ganhar ou perder...
Na esperança de dias menos ruins.

.
.
.

Deborah Caridade.

3 comentários:

Alvaro disse...

A realidade das ruas é realmente dolorosa, trabalhei muito tempo com crianças orfãs e de rua. E o retrato não é belo.

Allison French ! disse...

gostei do seu blog !

BirdBardo Blogger disse...

No "capetalismo" a mercadoria é você!

Pense nisso Dedeah...

Bem Vindo =)

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Amo escrever aqui e na correria de sempre, que é muita (como toda criatura urbana), volta e meia ele fica um pouco desatualizado. Mas busco atualizá-lo sempre que possível, não tenho uma frequência exata, mas em respeito a quem acompanha e visita, ao menos uma postagem por mês ou semana você encontra por aqui!

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