12.10.08


E estava ali correndo...
Sem rumo ou direção,
Ao som de paisagens e fotografias,
Sob ruas concretas, uma natureza ávida.
Que vivia por viver, e olhava o amanhecer ao som,
Da descoberta da vida.
E enquanto caminhava, redescobria
A descoberta da vida, nos eixos de contramão.
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Deborah Caridade

11.9.08

Ilusória


De repente o silêncio...
Em meio a tantas e outras palavras...o silêncio
Um perfume emanado no ar
O tempo parecia imóvel
Mil pensamentos congestionavam a mente,
O mundo parecia estar em câmera lenta.

Sob o ângulo,
a face não descrita,
O rosto segredado, miragem calada
Esfinge alucinada
Um olhar um pouco perdido
E um sorriso distante

Quem sabe o que se passava por trás
Daquela cena,
Dos segundos parados,
Das vozes mudas,
Da tarde indo com o sol
Eu encarando o chão...

Encurralado,
Não posso deixar que escapes
Mas não sei como fazer para que fiques
Ponteiros caminham na parede
minha estaticidade contra a dinâmica deles

Basta!
É agora ou tarde demais
Invado teu olhar e os teus aceitam o estrangeiro
Meus lábios concedo ao teus
Um território invadia o outro,
Sem combates e luta armada

Lugar bom esse contruído
Paralelo ao meu reino e ao teu
Que quando fecho os olhos
Só sei ir para lá...
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Deborah Caridade

22.8.08

Poesia das Ruas Perdidas

Encontrei outro dia uma razão
que me faz continuar,
Mas que não compreendo.

Encontrei sem perceber a emoção
Dos dias que vivo,
onde me encontro e me perco...
Sempre em olhares e palavras.

As palavras que lhe disse,
Ficaram em seus olhos marejados.
Os sonhos planejados
Estão em nossas gavetas?

Te perdi sem perceber
que era eu quem me perdia.
Para novamente encontrar a razão,
em outros olhares e outras palavras...
Admirar novamente, delirar nesses flertes.

Incertas chegam mas logo vão,
Não me deixo sufocar por superstições.
Meus pés sabem onde quero chegar...

Minhas mãos afagam em consolo teus cabelos,
Lágrimas, para reavivar um sorriso.
Nos beijamos e a não há porque
De não estarmos juntos.

Sinto apenas a madrugada avisando que em breve chegará
Com o pôr-do-sol que some na paisagem

Dando lugar ao frio de não ter o sol comigo.
E não estarmos juntos nessa noite.
Esquecendo o mundo, nos sentindo como eternos.

Hoje não quero que o mundo me entenda
Gosto de saber que jamais saberão
A minha logia.

Por isso deixo nessas ruas
onde não retornei,
A lembrança e a vitória de saber

Das manhãs após madrugadas
E certezas sobre as dúvidas,
Nessas ruas, onde me perdi.
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Deborah Caridade

29.7.08

Antítese



...

Palavras silênciosas...
Deixe que o silêncio fale
e ecoe por si só.
Que as multidões vaguem na espera
e no anseio dos girassóis...

Enquanto nas estações e paradas houver,
um pouco daquilo que sempre esperamos encontrar
você sabe, sempre haverá o nosso lugar.

Porque no sol e nas cores sempre há uma letargia,
E essas ruas agora lotadas
de ecos, lembranças...De passos e marchas.

E essas lágrimas que parecem invisíveis,
Quando os flashs as calam.
Grite! Escutem! Por quê?
As balas voam sem asas
e os metais são frios como a dor...

E qual a razão desse silêncio agora?
Entre tvs dominicais e jornais...
Por que o amor enjoa?

Ante essa dádiva e
a vontade de nunca mais retornar...
Por que seguir ordens é sinal de progresso?
.
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Deborah Caridade

4.6.08

O Mistério e o Véu

O mistério é o tempero mais precioso que qualquer um advindo das índias, nem os mascates de orientais poderiam discordar dessa verdade, embora eles tentem nos persuadir a comprar alguns. O mistério é o véu que faz nossa mente anseiar por toda a verdade, tira-se o véu nada é como se pensa, pode ser melhor, pode ser pior. O véu apenas esconde, o véu é apenas anseio, por trás do véu nada há, além dos defeitos e qualidades que buscas em si mesmo.
O véu, a máscara são questões, na qual buscas ou apenas se imagina compreender na tentativa de encontrar a "realidade", o fato.
Alguns gostam de arrancá-los com toda brutalidade, há também aqueles que o tiram com cautela para não ferir-se na jornada sem também deixar de saciar aos poucos sua vontade afim de assimilar o que vês, e outros temem tanto a ponto de não ousarem tocá-lo ou nem ao menos pensar na hipótese de agir de tal modo"
O incompreensível instiga, fascina. A reação varia de pessoa a pessoa, mas nunca nos é indiferente. E um dia, no final dos atos, descobrimos que o véu nos revela, sempre, a nós mesmos.
(Deborah Caridade, 3/3/8)

24.5.08

Matemática do Tempo




Hoje percebi:
Não sou tão frágil quanto pensam,
Nem tão forte, quanto deveria ser...

Mas a força é uma equação,
que só o tempo
Há de resolver.

O tempo é um fio de cordas,
Onde nos penduramos e nos equilibramos,
Entre momentos, horas, dias, numa só vida,

Caminho, sou caminhante do futuro.
O passado é apenas escuridão,
Onde habitam fantasmas.

O presente é uma armadilha inexata:
Nos arrastamos nele
E achamos que o presente é só agora...

O presente é o mais engraçado
dos três personagens.
Nele o tempo parece que nunca passa...

Sem perceber a vida
toda passamos nele.
E nele passamos dessa vida.

O futuro é o anuncio,
do antes, agora e sempre, aquilo
que insistimos, em chamar de presente
.

Não pereças na caminhada,
Ainda há uma longa jornada,
Cresças forte.
.
.
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Deborah Caridade

24.4.08

Estação do Fogo




Não é tempo de chorar
Não há tempo para pensar
Somente viva, respire o ar que lhe cabe
E pise onde podes caminhar

É momento de se atirar
No vermelho alaranjado
da estação inflamável
no amarelo-alegria

São os hormônios pulsando
em pele-flor
Instinto sentimento jorrando
em rios vermelhos de amor

É o êxtase completo
Na estação desejo
Em beijos calculistas
e olhos quentes,intencionados

Intenções...
Palavra cor de vinho
Doce e tinto
Que deixa gosto
De provar e arriscar...
.
.
.
Deborah Caridade

Noites





Dizem que as noites silenciam
Os ânimos dos sãos e afligem os loucos
Porém nesse momento nada sei dizer
A não ser mirar em doce apelo
Em segredo, em teu segredo que desconfio.

A noite sem dúvida silenciou
Mas a brisa permanece
Rasgando o véu da noite, antes intacta.

Tudo permanece em seu estado natural...
Em pensar que no passado
A noite parecia tão imensa
Estampada num céu de estrelas

E hoje observo mas não vejo
O que me fazia tão feliz
Não, não quero que a lágrima
Percorra meu rosto outra vez

Mas existe um abismo naquela estrada
Existe um momento em que
Preciso, pelo meu próprio bem parar

Ah por que lembrei?
Hoje tentei unicamente
Apenas olhar a noite, o céu, as estrelas
e tentar não lembrar...

Que a noite, no fundo,
Sempre esconde o teu olhar.
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Deborah Caridade

5.4.08

Ao vento


Uma canção...
semeada no vento,
Entre as portas e frestas,
No sorriso de um infante,
Na menina que olhava o horizonte.

Um eco que dançava,
e percorria o corpo em pulsações,
aquela sensação de arrepio,
Sem luxo ou vazio.

Eras tanto e nada era,
E era nada esse canto,
E esse canto eras tanto,
E nada e tanto num canto,
Diziam nada mas tanto...

Que um tanto parecia tudo ser.
Ao olhos de quem nada tens
Mas nunca desiste
De algo, pouco maior que o nada,
Um dia ter.
(Desenho e versos de Deborah Caridade)

5.3.08



"Os homens esquecem
de olhar a Lua.
Entre o concreto,
e o trânsito engarrafado,
a Lua é apenas mais uma
Luz que ilumina as ruas.
A Lua outrora dos românticos,
é a mesma Lua
Esquecida entre os faróis.
Talvez o que falta a nós
é observar, contemplar,
para ser, ir além,
do que o mundo
espera de você."
.
.
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Deborah Caridade

25.2.08

Rio da Vida





Vejo uma folha em branco,
quero preenchê-la.
Observo essas pessoas vazias,
Quero acertá-las em cheio...

Olho a rua, os carros.
Quero apenas ser capaz
de trazer a tona
um pouco do amor e da espontaneidade.

Hoje os dias passam rápido,
não como em tempos passados.
Então no futuro,
Será ainda mais...

Cresci como a àrvore,
Que já foi semente, broto
e que em breve dará frutos

Passei pelas estradas,
como quem seguiu o curso de um rio,
Mergulhei nos meus sonhos,
E não pensei no depois...

Encontrei a fonte eterna, num mergulho
Um encontro perfeito,
Entre o desafio e a vontade
De sentir o coração palpitar...

Espetáculo da vida
que me faz suspirar,
te encontro qualquer dia,
onde a corrente me levar...

E sei, assim será...
Te espero em qualquer sonho
que se possa viajar.
Mergulho sem medo,
para enfim encontrar...
.
.
.
Deborah Caridade

15.2.08

Ruas Tortas





Posso fechar os olhos,
Sem teu rosto apagar.
Andando por ruas tortas,
Que não sei onde irão chegar.

E em cada passo,
Compreendo cada olhar e cada gesto,
Que outrora não mirava.

A Lua observa como um olhar na madrugada.
E os pobres que dormem nas marquises,
Não sabem de nada...
Por que ando por aqui?

Serena fico a contemplar...
O lago, a lua , seus olhos,
Quando fecho os meus.

E essa visão tua me guia,
E me acompanha,
Em paralelepípedos e curvas.
Ao longe escuto uma canção noturna.

Por onde ando,
Por onde te quero,
Por onde segredo,
Por esse caminho.

Nessa viagem,
Que vai me levar,
Onde mais quero chegar,
Em teu mundo.
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Deborah Caridade

31.1.08

Blues n' Gray







Retire as tomadas,
Desligue a TV,
Ligue-se no azul.

Esse céu,
Justamente o céu,
De outonos e primaveras...

O nosso teto,
A nossa mente,
Sob olhares esquecidos.

O que se passa nele?
O que se passa em mim?
Para onde vamos nós?

Retirem-se das tomadas,
Desliguem-se das telas,
Liguem-se no cinza.

Justamente esse carbono,
Outrora vida,
agora ameaça.

De nós, contra, nós mesmos.
.
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Deborah Caridade

15.1.08

Sussuro

Quantas palavras ainda
esperam por ser ditas,
nessa estação?

E tantas frases vêm e voltam,
ecoando por azuis,
chamados imensidão...

Quantas primaveras faremos sem enxergar?
o quão infantes somos em pensar,
pensares Inúteis de um homem vão...

...Vão por andar em círculos.
e voluntariamente atirar-se,
às trevas carbônicas da ignorância.

Fujo do destino dos homens-pedra,
que o mar dia-a-dia,
converte em areia.

Caminho contra marés surdas,
dos que andam sem direção.

Encontro meus desejos,
não em lábios,
Mas no que moram neles...
.
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Deborah Caridade

6.1.08

Azuis

Azuis
Lineares Azuis.
Olhando para eles,
como são tristes...

Não por ser azul,
Mas pela profundidade
de ser tão belo,
Tão perfeito,
que chega a ser melancólico
ser tão...igual.

Hoje as nuvens-lãs
eu não as vejo,
o vento não sopra,
os carros não andam,

Será que o mundo congelou?
Ou seria o céu ou
apenas sonho, disfarçado em ondas,
escondidas nesse chato céu de março?

Porque perco tanto tempo
olhando o céu?
Será que é porque viemos de lá?
Filhos de uma estrela
cadente chamada Terra...

Descendentes de um povo
que vive como quem dorme
e sonha como quem acorda?
.
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Deborah Caridade

Bem Vindo =)

Aqui estão algumas poesias e textos de minha autoria. Fique à vontade para passear pelo blog, comentar nas postagens e visitar os links de outras páginas especialmente selecionados.

Amo escrever aqui e na correria de sempre, que é muita (como toda criatura urbana), volta e meia ele fica um pouco desatualizado. Mas busco atualizá-lo sempre que possível, não tenho uma frequência exata, mas em respeito a quem acompanha e visita, ao menos uma postagem por mês ou semana você encontra por aqui!

.*Obrigada a quem visita*.*.