Amarelo:
Tem sabor de inverno;
Tem cor de verão;
E cheiro de protesto.
O pintor,
Faz o seu trabalho,
Escreve através das cores,
Em paredes, muros e murais.
Sua voz é silencio,
Sua presença é o que ele faz,
Seu olhar é visto,
através da sua obra.
Mesmo, que ela nada diga,
Além do que pareça repetição,
Ela é singular, é sua,
Ainda que seu nome não esteja.
E mesmo agora,
Quem lê, é mundo,
Mas tem algo que é só seu.
Dedeah C.
Basta Existir
"Para dar início à todo amor e à toda guerra." Blog de poesia e textos de Deborah Caridade.
15.6.17
4.8.16
Um beijo fraterno!!! Deborah Caridade.
9.7.16
Lento (Ou o semeador)
Ele fora incrimidado, por um crime que desconhecia. Um crime de morte e de vida fora o que reconhecera em todas as faces que via nas ruas, onde andara. Agora ele estava sentado, com as mãos nos joelhos e sussurrando a oração que a mãe lhe ensinara na infância. Bons tempos sem fim. Bons tempos que não são os de hoje, mas que ainda habitam, dentro dele. Homero respirava forte, o suor escorria em sua face. Ele não sabia como agir. A quem recorrer. Ele não tinha dinheiro suficiente. Ele só tinha o seu peso e os reflexos de papel que eram seus registros e contas. Tinha no dedo o anel de noivado e a sua amada estava grávida de pouco tempo.
Homero tinha e não tinha tempo. E ele só tinha um pensamento. Como as coisas poderiam ser mais simples? Como ele conseguiria emergir do mar do fracasso? Seu pai lhe dizia: "Você foi lento". Sua mãe lhe consolava, dizendo que estava no caminho certo e que quando vencesse, aquelas palavras seriam a base da sua vitória. "Você não é lento, meu filho, você só está no seu tempo, e seu tempo não é o tempo do mundo. Cada um tem o seu despertar, o seu caminhar, ninguém anda com seus pés ou olha por seus olhos." Uma lágrima pousou no seu rosto, mas não fora tristeza, fora alívio. Ele estava em seu caminho. Ele estava no lugar certo. No momento certo. Ele não sabia ainda como, mas sabia que tudo estava a seu tempo. E sua certeza estava contida, dentro da sua fé. Então ele levantou do banco de madeira dos fundos do condomínio, e olhou o tempo.
O dia não estava nublado, era ele que estava sem foco. O dia estava lindo como todos aqueles que haviam oportunidades de vitórias. Ainda que lentas. E Homero seguiu o seu caminho, em seu tempo. Passo-a-passo, até desaparecer no horizonte. Com o coração inundado de esperanças e novas idéias.
Deborah P. Caridade 08.07.2016
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